5 Técnicas de Clareamento Dental em Dentes Não Vitais

5 Técnicas de Clareamento Dental em Dentes Não Vitais

O clareamento dental em dentes não vitais é um procedimento eficaz que utiliza técnicas como Walking Bleaching e inside-outside para restaurar a cor de dentes sem vitalidade. É essencial que o dentista avalie a qualidade da endodontia e a saúde do periodonto, além de considerar contraindicações. A técnica Walking Bleaching envolve a aplicação de gel clareador em sessões clínicas, enquanto a inside-outside utiliza moldeiras para clareamento simultâneo. Pacientes devem ser informados sobre os riscos de recidiva da coloração e a possibilidade de reabsorção cervical, assegurando um tratamento seguro e eficaz.

O clareamento dental é uma prática comum na odontologia, especialmente para dentes não vitais, que podem escurecer devido a diversas causas. Neste artigo, vamos explorar as principais técnicas de clareamento para dentes não vitais, desde os pré-requisitos até os cuidados pós-tratamento. Se você é dentista ou está apenas curioso sobre o assunto, este conteúdo é para você!

Tipos de clareamento para dentes não vitais

A técnica de clareamento para dentes endodonticamente tratados consiste na inserção do agente clareador dentro da câmara pulpar, com um selamento prévio do conduto radicular na região cervical.

Os agentes clareadores mais utilizados hoje em dia são o peróxido de carbamida, perborato de cálcio e o peróxido de hidrogênio. As duas técnicas mais utilizadas são chamadas de Walking Bleaching e inside-outside.

Logo, para o clareamento de dentes não vitais escurecidos, podemos ter dois objetivos:

O primeiro seria clarear o dente escurecido até que ele chegue na mesma cor que os dentes adjacentes, que não irão receber nenhum tipo de clareamento.

O segundo seria o caso em que os outros dentes também queiram ser clareados. Então, após finalizado o clareamento do dente não vital escurecido, e ele tenha ficado uma cor mais clara que os dentes vizinhos, os mesmos podem ser clareados, até que todos obtenham a mesma cor.

No entanto, apenas o fato de um dente estar escurecido e apresentar o canal tratado não significa que ele esteja apto a receber o clareamento interno como tratamento clareador. Antes mesmo de tentar o clareamento intracoronário, é válido optar pelo clareamento externo convencional e observar como o dente se comporta.

Não tendo obtido resultados satisfatórios, pode-se optar pelo clareamento interno, desde que alguns pré-requisitos sejam levados em consideração.

Pré-requisitos do clareamento dental interno

Pré-requisitos do clareamento dental interno

Endodontia de boa qualidade (avaliada por radiografia periapical);

Periodonto e região periapical saudáveis;

Remoção de tecido cariado, quando existente;

Remoção de material obturador e restaurador da câmara pulpar;

Eliminação de áreas retentivas da câmara pulpar;

Realização de selamento cervical biomecânico.

É fundamental que todos esses pré-requisitos sejam atendidos para garantir a eficácia do clareamento dental interno e minimizar riscos ao paciente. A avaliação cuidadosa de cada um desses pontos pode fazer toda a diferença no sucesso do tratamento.

Contraindicações do clareamento de dentes não vitais

Contudo, existem algumas situações que contraindicam ou limitam a realização do clareamento de dentes não vitais, como:

  • Dentes amplamente restaurados e/ou cariados (indicação de facetas ou coroas);
  • Presença de trincas e/ou restaurações inadequadas (o selamento de trincas e confecção de restaurações adequadas pode ser realizado antes do clareamento);
  • Presença de lesão periapical;
  • Endodontia insatisfatória.

Vale ressaltar também que dentes sem vitalidade e com escurecimento da coroa por muitos anos têm menor probabilidade de sucesso, e o paciente precisa ser informado sobre isso. Quanto mais recente for o escurecimento, maior a possibilidade de sucesso do tratamento clareador.

Técnica Walking Bleaching

Técnica Walking Bleaching

Primeiramente, essa técnica consiste em, pelo menos, duas sessões clínicas, com intervalo de três a sete dias entre cada consulta.

Primeira sessão de clareamento:

  1. Profilaxia;
  2. Registro da cor do dente;
  3. Registro da altura da coroa clínica;
  4. Proteção dos tecidos moles;
  5. Acesso à câmara pulpar;
  6. Acesso ao canal radicular: retira-se, aproximadamente 3 mm de material obturador além da região cervical da coroa clínica do dente;
  7. Selamento cervical biomecânico: aplica-se pasta de hidróxido de cálcio e em seguida, cimento de ionômero de vidro;
  8. Aplicação do agente clareador;
  9. Restauração provisória (selamento coronário): recomenda-se o uso de resina composta fotopolimerizável. Em casos de géis mais fluídos, é possível utilizar uma bolinha de algodão antes da resina;
  10. Avaliação da oclusão.

Segunda sessão de clareamento:

Após 3 a 7 dias da inserção do gel clareador, podem ser verificadas duas situações:

  • Clareamento insatisfatório: renovação do agente clareador, podendo ocorrer até no máximo quatro sessões de troca; ou
  • Clareamento satisfatório: limpeza da câmara pulpar e preparo para o curativo com hidróxido de cálcio.

Com a intenção de neutralizar o meio que estava ácido, em função de o agente clareador ter baixo pH, é fundamental preencher a câmara pulpar com uma pasta de hidróxido de cálcio por sete dias, após as sessões de clareamento. Esse tempo também é importante para que ocorra a eliminação do oxigênio residual a fim de não interferir na fotoativação dos materiais restauradores.

Terceira sessão de clareamento:

Remove-se a pasta de hidróxido de cálcio da câmara pulpar, mas o selamento cervical não deve ser removido, e a restauração definitiva pode ser realizada 7 a 14 dias após a última sessão do clareamento.

Técnica inside-outside

Nessa técnica, a câmara pulpar permanece aberta durante o tratamento, que se baseia na aplicação do gel clareador dentro da câmara e na moldeira, simultaneamente.

Essa moldeira é a mesma utilizada na técnica de clareamento caseiro supervisionado convencional e ainda é necessário a confecção do selamento biomecânico cervical, a fim de proteger o tratamento endodôntico e os tecidos periapicais.

Dessa forma, os pacientes selecionados para utilizar essa técnica devem ser extremamente colaborativos e possuir uma excelente higiene bucal. No período em que o paciente não estiver realizando o clareamento, ele deve colocar uma bolinha de algodão na cavidade pulpar, trocando-a após cada refeição.

O clareamento é feito aplicando o gel dentro da câmara pulpar e na face vestibular do dente, com o auxílio da moldeira, 1 a 2 horas por dia, durante 2 a 6 semanas.

Uma vez que o clareamento do dente não vital esteja concluído, o paciente pode utilizar a mesma moldeira para realizar o clareamento dos demais dentes, caso esteja no planejamento.

Risco de Reabsorção Cervical

Risco de Reabsorção Cervical

Por outro lado, uma preocupação muito comum sobre realizar clareamento de dentes desvitalizados é a possibilidade de causar reabsorção cervical externa. A reabsorção é um processo fisiológico ou patológico que consiste na perda de tecido mineral, como a dentina, cemento ou osso alveolar. O risco de reabsorção cervical externa é muito variável e, quando associada ao clareamento de dentes não vitais, é possível observar que:

  • O selamento cervical biomecânico muitas vezes não foi realizado;
  • Existiu um histórico de trauma previamente ao clareamento;
  • Aplicação de formas de calor.

Desse modo, a penetração do peróxido de hidrogênio no periodonto, por meio dos túbulos dentinários e das falhas na junção cemento/esmalte (JEC), pode ser a causa da reabsorção após o clareamento.

Logo, se o epitélio juncional do paciente estiver aderido a uma área de dentina exposta na JEC, essa dentina estará em contato com o tecido conjuntivo, e as moléculas proteicas da dentina são vistas como corpos estranhos ao organismo, o que acaba desencadeando uma resposta inflamatória local e, consequentemente, a reabsorção cervical externa, visto que os agentes clareadores são capazes de dissolver a matriz extracelular protetora.

O problema de um dente traumatizado é que não é possível saber a intensidade do trauma e quanto de exposição dentinária ocorreu abaixo do epitélio juncional. Por esse motivo, muitos clínicos contraindicam o tratamento clareador interno em dentes que sofreram algum tipo de trauma.

Mas, caso ele venha a ser realizado, é importante não utilizar nenhuma forma de calor; utilizar clareadores com baixo poder oxidativo (peróxido de carbamida a 10%) e o paciente precisa apresentar uma excelente saúde gengival.

Considerações finais sobre clareamento

O clareamento de dentes desvitalizados é um método eficaz e conservador, uma vez que evita o desgaste da estrutura dental quando comparado a procedimentos restauradores.

Contudo, em relação à sua longevidade, sabe-se que a estabilidade da cor não é previsível e a recidiva da coloração pode ocorrer, devendo o paciente ser alertado desse risco.

Por isso, é fundamental conhecer nosso paciente, saber sua queixa e quais procedimentos já foram realizados anteriormente, para assim realizar a correta indicação e alcançar um resultado satisfatório.

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Até a próxima!

Conclusão

Em resumo, o clareamento dental em dentes não vitais é uma prática que, quando realizada com atenção aos pré-requisitos e contraindicações, pode trazer resultados satisfatórios e duradouros.

As técnicas como Walking Bleaching e inside-outside oferecem alternativas eficazes, mas é essencial que o dentista avalie cada caso individualmente, considerando a saúde bucal do paciente e os riscos envolvidos, como a reabsorção cervical.

Além disso, é fundamental que o paciente esteja ciente das possibilidades de recidiva da coloração e da importância de manter a higiene bucal adequada durante o tratamento.

O clareamento não só melhora a estética dental, mas também pode aumentar a confiança e a satisfação do paciente com seu sorriso.

Portanto, ao seguir as orientações e técnicas adequadas, você pode proporcionar aos seus pacientes um sorriso mais brilhante e saudável.

FAQ – Perguntas frequentes sobre clareamento dental em dentes não vitais

O que é clareamento dental em dentes não vitais?

É um procedimento que visa clarear dentes que perderam a vitalidade, geralmente devido a tratamento de canal, utilizando agentes clareadores específicos.

Quais são os tipos de clareamento para dentes não vitais?

Os principais tipos são o clareamento interno, que utiliza gel clareador na câmara pulpar, e técnicas como Walking Bleaching e inside-outside.

Quais são os pré-requisitos para realizar o clareamento dental interno?

Os pré-requisitos incluem endodontia de boa qualidade, periodonto saudável, remoção de tecido cariado e de material obturador da câmara pulpar.

Quais são as contraindicações do clareamento de dentes não vitais?

Contraindicações incluem dentes amplamente restaurados, presença de trincas, lesões periapicais e endodontia insatisfatória.

O que é a técnica Walking Bleaching?

É uma técnica que envolve sessões clínicas onde o agente clareador é inserido na câmara pulpar e o dente é selado temporariamente.

Como prevenir o risco de reabsorção cervical durante o clareamento?

É importante realizar o selamento cervical biomecânico e evitar o uso de calor durante o tratamento para minimizar riscos.